No Brasil, o parto domiciliar tem sido associado à falta de recursos econômicos e a dificuldades de acesso aos serviços de saúde, uma vez que 98% dos partos ocorrem em hospitais. Entretanto, nos grandes centros urbanos, onde há maior oferta de leitos obstétricos, mulheres de estratos sociais médios têm escolhido o parto domiciliar planejado. Para compreender os sentidos dessa escolha, realizamos uma pesquisa qualitativa na qual entrevistamos 20 mulheres que tiveram parto domiciliar planejado: 19 mulheres entrevistadas tinham ensino superior completo; 1 delas tinha ensino superior incompleto; e 10 delas tinham históricos de parto hospitalar. A análise das entrevistas possibilitou caracterizar os sentidos da escolha pelo parto domicilicar em quatro categorias: a casa como uma alternativa ao modelo de atenção obstétrica vigente; hospital, um lugar a ser evitado; "Louca não, informada!": repercussões da escolha à margem do sistema de saúde; parto em casa como facilitador do protagonismo das mulheres.
parto domiciliar planejado; atenção ao parto; produção de sentidos