Resumo
Introdução
A doação de leite humano envolve valores sociais, conhecimento e organização, tanto para os profissionais de saúde como para as mães doadoras, tornando-se, assim, objeto complexo da atenção à saúde materno-infantil.
Objetivo
Buscou-se compreender representações de profissionais de saúde da atenção primária sobre a doação de leite humano.
Método
Esta é uma pesquisa qualitativa na qual foi adotada a teoria proposta por André Petitat sobre o dom. Foram entrevistados 12 profissionais, entre eles enfermeiros, médicos, nutricionistas e agentes comunitários de saúde. Como técnica de análise, adotou-se a análise estrutural da narrativa.
Resultados
Representações sobre leite humano como objeto de doação se relacionam com o valor nutricional e afetivo deste e com a importância do dom, de modo geral, na sociedade, para se valorizar ou não a prática. A maioria dos profissionais considera que o aconselhamento para doação deve acontecer apenas durante a amamentação, após verificar o excesso de produção láctea, numa representação utilitarista da doação. Representações de produção insuficiente de leite e de leite “fraco” persistem nas ações de cuidado, fazendo os profissionais se distanciarem do aconselhamento para a doação de leite nas oportunidades de criação de vínculo.
Conclusão
Educação para a saúde que considere a subjetividade dos profissionais e a complexidade dos atos de doar e de amamentar é fundamental para o incremento da doação aos bancos de leite.
Palavras-chave:
bancos de leite; leite humano; seleção do doador; pessoal de saúde