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Ética e técnica? Dialogando com Marx, Spengler, Jünger, Heidegger e Jonas

Ethics and technology? Dialoguing with Marx, Spengler, Jünger, Heidegger and Jonas

O século XIX entendeu a técnica como um elemento central do progresso histórico, mudando nas primeiras décadas do século XX essa perspectiva. mas a crítica à técnica formulada entre as duas guerras mundiais nos vieses da crítica à cultura e, de forma emblemática, presente na obra de Oswald Spengler, ainda não coloca a técnica em relação à ética. Neste tempo do interludium bellicum (1918-1939),articula-se uma compreensão da técnica emancipada de qualquer dimensão metafísica e artística, por um lado e, por outro lado, vê-se um recarregamento da técnica com uma promessa salvacionista, utópica ou heróica, não obstante, totalmente absorvida por uma concepção materialista do mundo, concebido enquanto campo de batalha (Ernst Jünger). Martin Heidegger elaborou, no final dos anos trinta e em meados dos anos quarenta, em um movimento de distanciamento intelectual da sua época, as bases de uma filosofia da técnica com grandes repercussões. Um dos seus alunos, Hans Jonas, tenta de forma original, mas não livre de equívocos, apresentar uma ética válida para a civilização tecnológica. Segundo Jonas, a situação do homem e o contexto de qualquer propósito ético estariam hoje fundamentalmente mudados; uma ética tradicional não estaria mais à sua altura. A técnica moderna introduziu novos objetos e processos, com conseqüências até então desconhecidas, na sociedade humana, de uma maneira que exigiria uma adaptação da ética (e conseqüentemente da ação humana) aos desafios tecnológicos. A "ética do próximo" teria validez, ainda, nas "proximidades"; o futuro da humanidade no seu habitat planetário exigiria, todavia, uma "ética da responsabilidade".

Técnica; Tecnologia; Ética


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