O objetivo do artigo é discutir os temas da desigualdade e da diferença na governança das águas no Brasil. O trabalho problematiza a produção de hierarquias nas arenas de governança, sustentando a hipótese de que a passagem da diferença à desigualdade resulta das práticas de justificação que naturalizam a soberania da competência técnica na gestão ambiental. Para tanto, serão tomados como referência resultados significativos de estudos feitos sobre a estruturação e o funcionamento dos Comitês de Bacia em diferentes regiões do país. Com base nestes resultados, discute-se a produção discursiva nos Comitês, a autoridade dos agentes que corporificam os novos princípios de gestão e as implicações do processo de cientifização da política. O texto conclui indicando a importância da diversidade na construção de uma nova narrativa da governança ambiental.
Governança da água; Comitês de Bacia Hidrográfica; Participação; Justiça ambiental