Resumo
Os efeitos adversos das mudanças climáticas devem atingir o trabalho ao ar livre. Por esse motivo, o objetivo deste estudo é avaliar esses efeitos comparando-se a capacidade de trabalho na América do Sul entre clima presente (1979 a 2005) e o futuro (2071 - 2100). O estresse térmico foi estimado por meio do Environmental Stress Index (ESI), com base em variáveis atmosféricas provenientes das projeções climáticas do IPCC. Os resultados indicam que, mesmo em cenários climáticos favoráveis, a capacidade de trabalho pesado deve ser reduzida entre 25 a 50% no final do século XXI em praticamente toda a América do Sul, principalmente na região Amazônica, partes do norte e nordeste brasileiros, além de extensas regiões do Paraguai ao Suriname. Assim, cenários pessimistas, com intensificação do efeito estufa, podem implicar em falta de condições ambientais e físicas para trabalhos dessa natureza em horários atualmente comuns para a atividade laboral.
Palavras-chave:
Estresse Térmico; Capacidade de Trabalho; Mudanças Climáticas; Trabalho ao Ar Livre