O enfermeiro está na supervisão direta da equipe; então, com relação à assistência ao paciente, junto com o médico, são as maiores autoridades aqui. O técnico de enfermagem não pode mais trocar curativo de cateter venoso central. O enfermeiro tem autonomia. Tanto é que a gente precisa falar com ela [enfermeira supervisora] para depois passar para frente. Existe controle, mesmo dentro do cuidado. Mas você tem que se impor e mostrar que tem conhecimento. Eu tomo decisões pelo conhecimento que tenho. Tem coisas que são discutidas e outras que são decididas, e a gente fica sabendo depois. Também, os médicos que estão aqui têm um pouco mais de abertura. Com os plantonistas o diálogo é aberto, dá para ter contato direto. Em quatro anos de trabalho, nunca tive problema. Poderia melhorar, mas nos damos bem com os médicos. Com a gerência a gente tem liberdade para falar, expor. A gerente está sempre disponível. Toda vez que precisei, fui muito bem recebida. Acho que o relacionamento com a gerência é bom. Por exemplo, a chefe dos médicos, ela é sensacional. Como falei, a gente sofre muita cobrança da gerência, tem muita pressão.
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Pelo menos no período da manhã, a gente consegue resolver tudo tranquilamente; mas no período da tarde não é do mesmo jeito. Eu acho que não tem autonomia, acho que a enfermagem é capacho de médico. Mas eu já trabalhei em outros hospitais que tem médico que escolhe qual paciente vai ficar com qual técnico de enfermagem. Aqui não. Pelo contrário, eles [médicos] dão total apoio para a gente. Eu discuto tranquilamente com o médico sobre a medicação que eu acho que poderia ajudar o paciente. Acho que o enfermeiro tem um controle bom, essa parte é mais tranquila. Os enfermeiros questionam os médicos sobre as sondas vesicais e, em muitos casos, elas são retiradas por decisão do enfermeiro. Com os médicos daqui nosso relacionamento é tranquilo. Nunca tive nenhum problema, sempre tem uma conversa boa, um entendimento bom. Com a chefia, a gente tem uma relação boa. Está mais aberto à negociação. Tem respeito. Mas, às vezes, a gente se sente muito cobrado, coisa que não acontece em outros turnos. Me dou muito bem com a gerência. Porém, poderia ser mais flexível, exigir realmente o que é necessário.
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A gente tem um pouco de autonomia, mesmo como técnico de enfermagem. Os enfermeiros ouvem bastante, talvez por experiência. Porém, ainda têm muitas coisas que é o doutor quem resolve. Acho que a enfermagem tem controle. A gente tem aqui no hospital a Sistematização da Assistência de Enfermagem. Isso deu autonomia para o enfermeiro prescrever e também para o técnico executar. Muitas vezes depende muito do enfermeiro, né? Porque ele faz questão da autonomia dele no setor. O enfermeiro pode tomar a decisão de passar alguma sonda, por exemplo, e, geralmente, em outras instituições, o enfermeiro só vai fazer isso se o médico prescrever. Tem médico que não gosta muito que fale, dê opinião. Mas de forma geral, todos eles são bem acessíveis. Eu percebo um ótimo relacionamento com os médicos. Primeiro, porque a gente convive há muito tempo junto. Lógico, existem médicos e médicos, mas o que sobressai é este relacionamento bom. Somos bem abertos. Quando a gente vem com alguma proposta, ela é bem acessível. A gerente é uma excelente profissional, sempre está interagindo, fazendo reuniões, etc. Se ela puder ajudar, ela ajuda.
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