Resumo
Este ensaio é fruto da experiência de trabalho desenvolvido na Associação Fluminense de Reabilitação. O trabalho no campo da reabilitação é realizado por meio de equipe multidisciplinar e baseia-se em um modelo adaptativo e normatizador. Tendo em vista que cada sujeito tem uma relação subjetiva própria com seu corpo, logo, reage e lida de maneira particular com o adoecimento, a psicanálise se insere na tentativa de conferir uma escuta e uma forma de abordar o paciente que não olha o doente, mas o sujeito, o particular. O comprometimento do corpo se apresenta como uma perda de objeto e como consequências não é difícil constatar reações psíquicas que vão do luto à depressão. Nesse sentido, a função do psicanalista neste campo acaba tendo em seu horizonte o favorecimento do processo de elaboração das perdas, além de produzir deslocamentos sobre um possível congelamento da identidade do sujeito aos significantes “doente”, “deficiente”.
Psicanálise; Reabilitação Física; Instituição; Deficiência; Luto