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O conceito de alucinação em Merleau-Ponty: aspectos clínicos e psicopatológicos

O artigo propõe-se a discutir o conceito de alucinação nos campos psicoterápico e psicopatológico a partir das considerações do fenomenólogo francês Maurice Merleau-Ponty sobre a percepção. Faz-se uma revisão crítica das concepções clássicas de alucinação fundamentadas em epistemologias objetivistas e a contextualização do fenômeno alucinatório no âmbito de uma ontologia existencial. A alucinação funda-se no solo primordial de experiência pré-reflexiva do corpo fenomenal e é caracterizada por: (1) diferenciação intrínseca da alucinação em relação à percepção; (2) expressão do corpo próprio; (3) despersonalização. As implicações dessa nova perspectiva do fenômeno alucinatório são discutidas nos níveis ontológico, ético e epistemológico, bem como sob o ponto de vista da psicoterapia e da psicopatologia. Nesse último aspecto considera-se o lugar da alucinação em relação ao sonho, ao delírio e à ilusão, bem como a diferenciação entre normalidade e patologia a partir de uma abordagem fenomenológicoexistencial em psicologia.

Alucinação; corpo fenomenal; temporalidade; fenomenologia; psicopatologia


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