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Algumas considerações sobre a falha epistemo-somática e suas manifestações na criança

A palavra epistemo-somática, sugerida por Lacan em vez de psicossomática, remete ao não-reconhecimento da dimensão do sujeito e do gozo na relação da medicina com o corpo. Ela remete também ao desconhecimento simbólico do ser em relação à sua doença. Para compreender isso é necessário fazer a distinção entre corpo da psicanálise e corpo da medicina. O corpo da psicanálise é estruturado pela fala e tem três dimensões: é corpo simbólico, corpo imaginário e corpo real. O corpo da medicina é estruturado como um organismo, é apenas corpo real. O fenômeno psicossomático, nos diz Lacan, surge da simultaneidade entre letra e carne e implica uma falha epistemo-somática, uma falha no saber sobre o próprio corpo, que teria sua origem numa falha simbólica precoce. Observa-se que quanto menor a criança, menor capacidade de simbolização ela tem, e mais reage com o corpo aos significantes conflituais da atmosfera em que vive.

Falha epistemossomática; corpo; sujeito; gozo e criança


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