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Corpo e automutilação na esquizofrenia

O artigo discute o estatuto do corpo na esquizofrenia a partir de reiterados episódios de automutilação. O corpo é abordado a partir das referências freudianas sobre o narcisismo, e de J. Lacan sobre o Estádio do Espelho, propondo tomar o narcisismo como um nó fundamental e discutindo as possíveis conseqüências de uma falha nesta função psíquica. Utilizamos como procedimento o estabelecimento de um paralelo entre um caso clínico e as discussões trazidas por Lacan em dois diferentes momentos a respeito da noção de corpo. Primeiramente a partir do caso de Lol V. Stein, no romance O deslumbramento, de Marguerite Duras, e, posteriormente, a partir do caso de James Joyce, especificamente no episódio da surra, relatado por ele em Um retrato do artista quando jovem. À guisa de conclusão, apontamos que a solução encontrada por nosso sujeito difere dos dois casos comentados por Lacan, mas visariam a uma operação semelhante: constituir um corpo definido enquanto superfície onde algo se inscreve introduzindo um sinal negativo.

Corpo; automutilação; esquizofrenia; narcisismo


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