A errância do adolescente em situação de rua reflete uma segregação social perversa, marcada pela destituição simbólica e pela mutilação social. Em meio ao despedaçamento e ao desamparo, um adolescente enuncia e ameaça: "Vou pintar o terror!". Uma violência que ora se apresenta como um reflexo do organismo ora ancora-se num esboço de discurso endereçado ao Outro, numa tentativa de inscrição. Partimos de uma experiência clínico-institucional (Olinda, PE) e propomos situar, na radicalidade da violência, uma tentativa de enodamento entre o ato e o apelo ao Outro.
Adolescente em situação de rua; errância; endereçamento; ato