A intenção deste ensaio é a de problematizar o percurso existencial, social, psiquiátrico e artístico do artista-louco Arthur Bispo do Rosário, numa perspectiva de interpretação que conjuga ao mesmo tempo o discurso teórico da psicanálise (Freud e Lacan), o discurso da arqueologia da filosofia de Foucault, e a leitura do conceito de procedimento para a escrita da psicose realizada pelo discurso filosófico de Deleuze. Desta maneira, a condição de precariedade social (desolação) e de vulnerabilidade psíquica (desamparo) de Bispo são destacados para enfatizar a construção das práticas técnicas que realizou na construção do seu percurso pictórico, e que serviu de modelo de composição para a produção artística brasileira contemporânea oriunda da periferia das grandes cidades brasileiras.
Palavras-chave:
Desrazão; delírio; discurso; Arthur Bispo do Rosário