Partimos das anorexias como campo clínico para elucidar o que particulariza o modo neurótico contemporâneo de relação com os objetos. Demonstramos a acepção mais difundida do sintoma anoréxico na psicanálise como inscrição na literalidade do corpo da falta no viés da histeria, referida a uma resposta precária diante de um Outro que é frágil em sua função simbólica. Problematizamos essa leitura à luz das características da sociedade atual, destacando a incidência de uma posição fantasmática inclinada para a lógica do consumidor insatisfeito e para o desmentido banal da autoridade simbólica.
Anorexia; psicanálise; neuroses contemporâneas; desmentido