A desnutrição é ainda um problema de saúde pública no Brasil, apesar do declínio de sua prevalência mostrado em estudos nacionais. Contudo, dada a abrangência destes levantamentos, a situação em áreas de pobreza pode ser subestimada. O objetivo deste trabalho foi avaliar a desnutrição em áreas de pobreza do município de Campinas, SP, identificadas segundo os critérios de renda familiar, condições de construção da moradia e contigüidade, de acordo com o censo de 1991. A amostra foi composta de 125 crianças de 0 a 24 meses de idade e suas mães, com coleta de dados antropométricos (peso e altura) e socioeconômicos. Os resultados mostraram uma prevalência de 7,2% de desnutrição infantil, muito semelhante à média de 7,4% observada para a mesma faixa etária em levantamento nacional feito em 1989. Em relação ao estado nutricional das mães, os resultados mostraram que 27,3% apresentaram Índice de Massa Corporal superior a 25kg/m². A fim de promover o declínio da prevalência de desnutrição, as ações de saúde devem considerar a importância do problema em grupos socioeconômicos especiais, como os de baixo poder aquisitivo, desenvolvendo um sistema de vigilância alimentar e nutricional capaz de atuar em regiões onde as ações tradicionais parecem ser menos eficientes.
desnutrição; vigilância nutricional; antropometria; bolsões de pobreza; criança; pobreza