O gerenciamento ambiental tem sido visto, especialmente desde o início da atual década, como ferramenta de competitividade. Isto tem ocorrido no contexto da globalização dos mercados, cujas relações de comércio influenciam, de modo determinante, as vantagens competitivas ligadas à diferenciação de produto e à redução de custos. As empresas que se preocupam com a melhoria de seu nível de competitividade, aumentando continuamente sua capacidade tecnológica, supostamente estão mais aptas a adotar o gerenciamento ambiental. Este artigo propõe um modelo de análise da capacidade tecnológica e da gestão de resíduos sólidos para a indústria calçadista, que foi aplicado ao estudo de duas empresas do Vale do Sinos, maior aglomerado brasileiro de produção de calçados. O estudo dos casos mostrou que o modelo proposto é um instrumento útil que deverá ser submetido a novos testes. Conclui-se que as empresas, apesar de enquadráveis no mesmo nível de capacidade tecnológica, apresentam diferenças de desempenho tecnológico capazes de afetar o resultado em termos de gerenciamento de resíduos sólidos industriais. Em outras palavras, melhorias promovidas na capacidade tecnológica condicionam, mas não necessariamente determinam, o bom desempenho em termos de gerenciamento de resíduos sólidos nas empresas.
capacidade tecnológica; gerenciamento ambiental; gestão de resíduos sólidos industriais