Diversos estudos interpretam o dinamismo econômico do complexo agroindustrial de celulose mediante diferentes perspectivas: o progresso tecnológico neoschumpeteriano; a atuação de políticas públicas planejadas; a influência de lobbies de representação de interesses privados etc. Entretanto resta um domínio pouco investigado pelos pesquisadores: aquele onde se desenvolvem as relações Estado-agentes econômicos como uma via expressa de mão dupla, na qual se tecem acordos importantes para a construção de um ambiente político-institucional propício à configuração de novos paradigmas econômico-tecnológicos nas empresas. Tomando como ilustração a análise da emergência e consolidação do padrão eucalipto na Aracruz Celulose S.A, entre 1965-1992, o trabalho argumenta que este processo de inovação tecnológica foi resultado histórico de interações das estratégias tecnológicas empresariais com o ambiente político-institucional, construído a partir de um duplo movimento de interação política das agências governamentais com a auto-organização de interesses privados. Para tal, os autores se utilizam de uma grade analítica construída a partir da articulação entre a abordagem neochumpeteriana de progresso tecnológico e a abordagem institucionalista de intercâmbio político neocorporatista.
complexos agroindustriais; inovação tecnológica; ambiente político-institucional; neocorporatismo; celulose de mercado