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Persistência e mudança de temas na estruturação do campo científico da estratégia em organizações no Brasil

No presente artigo, procuramos verificar como o nível de coesão estrutural dos pesquisadores da área de estratégia no Brasil condiciona a construção do conhecimento científico nesse campo social. Por meio da análise de agrupamentos, levada a efeito mediante uso da técnica de análise de redes, foram avaliados 2.332 artigos publicados em periódicos e anais de congressos científicos brasileiros entre os anos de 1997 e 2005. Com base na vertente estruturacionista da perspectiva institucional de análise examinamos o papel das relações entre autores na persistência e na mudança de temas no decorrer do tempo. Verificamos que o crescimento significativo do número de trabalhos no campo da estratégia foi condicionado em termos de temas pelos agrupamentos formados em momentos anteriores. Observamos alto grau de homogeneidade dentro dos agrupamentos mesmo em face da ocorrência de heterogeneidade de temas de pesquisa no campo como um todo. Tal constatação indica que a imersão em grupos sociais condiciona o que é legitimamente aceito no campo científico, implicando em sistemas de significado específicos em cada agrupamento, apesar da ocorrência de certo nível de comunalidade entre os integrantes do campo. Esse achado tem óbvias implicações para a conversação entre diferentes grupos de autores.

teoria institucional; estruturação; redes sociais; campo científico; estratégia em organizações


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