No emergente campo das finanças comportamentais, em cujo contexto são abordados detalhes do comportamento humano, relativos à tomada de decisões financeiras, estes detalhes são considerados implicações da psicologia cognitiva e da sociologia. Desse modo, a ainda pequena, porém crescente, produção científica acerca dessa temática no âmbito nacional, tem considerado essencialmente as conseqüências dos vieses cognitivos dos agentes, que podem comprometer a validade de julgamentos realizados. Alguns dos vieses cognitivos, como o excesso de confiança e a procrastinação, considerados na literatura, sofrem influência do senso de controle que cada indivíduo possui. Desse modo, o objetivo deste artigo é verificar associações entre idade e senso de controle, analisando os efeitos mediadores de outras características pessoais sobre essa associação. O estudo é conduzido a partir de dados coletados no primeiro trimestre de 2006, em 421 indivíduos residentes no Brasil. Os principais resultados sugerem uma associação quadrática significativa, do tipo U invertido, entre idade e senso de controle, estando essa relação sob a influência da educação e da percepção de saúde geral do indivíduo. Assim, parece que as pessoas têm a evolução de seu senso de controle ao longo da vida mediada pela sua educação, como também por sua saúde.
senso de controle; excesso de confiança; erros cognitivos; finanças comportamentais