A abordagem cognitiva pode ser útil na compreensão dos elementos que permeiam o processo de análise do ambiente competitivo das organizações, por respeitar a complexidade do fenômeno e permitir o entendimento das intenções dos gestores e seus processos de representação do mundo. Coerente com esta proposta, os objetivos deste artigo são identificar e descrever os construtos mentais utilizados pelo dirigente para avaliação de seu ambiente competitivo e determinar se existe associação entre os construtos mentais dos dirigentes de pequenas organizações e contexto de referência e setor de atividade. A metodologia aliou procedimentos qualitativos e quantitativos e diferencia-se por empregar a grade de repertório de Kelly, cuja premissa é o entendimento do mundo associado à categorização de elementos da percepção. A amostra foi composta de 48 empresas industriais de pequeno porte localizadas em Curitiba, PR. Os resultados indicam que o conjunto de construtos utilizados é único para cada dirigente, mas puderam ser notadas comunalidades cognitivas, com a utilização mais frequente de seis construtos. A análise mostra que eles independem do contexto de referência e do setor de atuação. As conclusões permitem inferências acerca dos construtos mentais dos respondentes e seus quadros de referênciapara a avaliação do ambiente competitivo.
ambiente competitivo; cognição; pequenas empresas