Resumo
O crescimento da população com mais de 60 anos e o aumento da expectativa de vida têm ampliado a participação de idosos no mercado consumidor. Este fenômeno tem sido ainda mais evidente no mercado de serviços bancários, uma vez que o recebimento da aposentadoria obriga os consumidores da terceira idade a possuírem uma conta bancária. No entanto, a forma como estes consumidores exercem agência nas suas práticas de consumo de serviços financeiros é variável, envolvendo, além de uma posição como consumidor, sua construção como sujeitos. Assim, o artigo tem como objetivo analisar a construção do sujeito-consumidor de serviços bancários na terceira idade. Um estudo empírico foi conduzido através de entrevistas com dez consumidores do município de Progresso - RS - Brasil. Os resultados demonstram que a percepção de capacidade de agência no consumo de serviços bancários na terceira idade é um fenômeno influenciado pela trajetória de vida dos indivíduos e sua capacidade de lidar com o processo de subjetivação. A necessidade de lidar com o outro (pessoas e tecnologias) emerge como limitadora do desejo de se construir como sujeito-consumidor de serviços bancários. Por fim, teoriza-se que a agência do consumidor é construída em consonância com as trajetórias de vida dos indivíduos enquanto consumidores e sujeitos sociais.
Palavras-chave:
sujeito; consumidor; terceira idade; instituições bancárias