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Estudo da emergência odontológica e traumatologia buco-maxilo-facial nas unidades de internação e de emergência dos hospitais do Município de São Paulo

Study of dental morbidity in hospitals in the City of Sao Paulo

INTRODUÇÃO: A odontologia atende, através de seus serviços de emergência odontológica e traumatologia buco-maxilo-facial, diversos casos dentro desse contexto e prescinde de conhecer melhor essa morbidade, uma vez que não existem estudos com abrangência populacional nessa área. Devido ao fato de a odontologia hospitalar atender casos com origem nas causas externas e também casos originados da falta de tratamento odontológico ambulatorial, a casuística encontrada é complexa. OBJETIVO: Estudar a morbidade observada através das consultas realizadas em unidades de internação e emergência, segundo sexo, idade, diagnóstico e causa externa da lesão. MÉTODO: Triaram-se as instituições que atendiam a emergência odontológica geral e a traumatologia buco-maxilo-facial, a partir das fontes de dados governamentais (SIH-SUS e SIA-SUS), tomando-se como base os meses ímpares dos anos de 1996 e 1997. Por meio de questionários, configurou-se a rede governamental para esses serviços. Para os vinte e um hospitais que atendiam esses casos elaborou-se uma amostra por conglomerado único, abrangendo 5% dos atendimentos de cada uma das instituições. RESULTADOS: Mais da metade (57%) dos atendimentos está ligada à emergência odontológica comum e 34% à traumatologia buco-maxilo-facial, área na qual aparece prioritariamente o adulto jovem do sexo masculino, configurando perfil semelhante ao encontrado na mortalidade por causas externas. CONCLUSÃO: Esta análise mostra que a sociedade observada ainda apresenta problemas odontológicos básicos, como a cárie e a doença periodontal, mas já indica o impacto das lesões com origem nas causas externas. No grupo Lesões, envenenamento e algumas outras conseqüências de causas externas evidencia-se a superioridade numérica dos casos para o sexo masculino e jovens. Verifica-se concentração maior de casos para diagnósticos mais graves, como as fraturas e ferimentos, do que para os traumatismos superficiais. Os ferimentos da cabeça e os traumatismos superficiais mostram uma distribuição, segundo sexo, mais eqüitativa do que no grupo de fraturas da face, que tendem a acometer mais o sexo masculino. A distribuição proporcional segundo as causas é semelhante em ambos os sexos, mas a mulher se expõe menos às lesões por causas externas.

Traumatismos maxilofaciais; Assistência odontológica; Hospitais públicos; Inquéritos de morbidade


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