É apresentada uma síntese do desenvolvimento das medidas de estado de saúde de populações e do reconhecimento da necessidade de inquéritos populacionais periódicos para a geração dos novos indicadores. Traça-se um breve histórico sobre o desenvolvimento dos inquéritos, apontando conjunturas favoráveis no Brasil para o estabelecimento de uma matriz de diferentes modalidades de inquéritos que passem a integrar de forma consistente o sistema de informação em saúde do país. Destacam-se algumas questões metodológicas relativas aos inquéritos e aponta-se o acúmulo de investimento já feito no país em validação e avaliação de instrumentos e escalas e em desenhos amostrais, entre outros aspectos. É enfatizado que a monitorização da equidade em saúde deve ser uma atribuição central dos inquéritos nacionais, considerando o patamar prevalente de concentração da renda, o que implica um conjunto de definições e escolhas de variáveis e indicadores. Ressalta-se que as linhas de pesquisa relativas aos inquéritos e à sua aplicação na análise das desigualdades em saúde podem constituir espaços significativos para o desenvolvimento de teorias epidemiológicas e de uma prática afinada com o campo da Saúde Coletiva.
Inquéritos domiciliares de saúde; Indicadores de estado de saúde; Sistema de informação de saúde; Desigualdades sociais em saúde