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Migração e hanseníase em Mato Grosso

Trabalhos de geografia médica sobre hanseníase discutem o papel da ocupação dos territórios como fundamento da permanência de focos leprógenos. No Brasil, os Estados que apresentam as mais altas taxas de detecção, historicamente, se localizam na região amazônica, o que evidencia uma desigual evolução regional da doença. Este trabalho analisa a evolução da hanseníase contextualizando os processos migratórios que ocorreram no Estado de Mato Grosso a partir da segunda metade do século XX. O crescimento econômico ocorrido no Estado nas décadas de 1970, 1980 e 1990 provocou taxas de crescimento populacional maiores que a média nacional. Os dados analisados permitem uma associação entre o crescimento e dispersão dos coeficientes de detecção da hanseníase com o processo de ocupação do território mato-grossense. Entretanto, a permanência da hanseníase em municípios da Baixada Cuiabana, assim como em outros municípios que sofreram perda de população, parece apontar a existência de contextos geográficos de diferentes vulnerabilidades à produção social da doença. A migração explicaria a instalação e evolução da hanseníase, entretanto consideramos que a manutenção da endemia pode estar associada a fatores contextuais relacionados com o ambiente.

hanseníase; migração; taxa de detecção; análise espacial; ambiente; sistemas de informação geográfica


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