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Prevalência e características de mulheres com aborto provocado - Favela México 70, São Vicente - São Paulo

No Brasil, o aborto está entre as principais causas de mortalidade materna. Pesquisas mostram que o aborto é praticado clandestinamente por mulheres de todas as classes sociais; no entanto, tem consequências desiguais, dependendo da inserção social, produzindo riscos à vida de mulheres pobres. Embora o tema venha sendo amplamente explorado nos últimos 20 anos, observou-se escassez de dados sobre mulheres de baixa renda. Desta forma, o presente estudo tem por objetivo estimar a prevalência de mulheres com aborto provocado. Arrolaram-se mulheres por inquérito domiciliar de base populacional em setores de baixa renda de São Vicente, São Paulo. Eram elegíveis as mulheres em idade fértil de 15 a 49 anos. A avaliação das razões de prevalência de mulheres com aborto provocado foi realizada por meio de modelos lineares generalizados, usando-se a regressão de Poisson com função de ligação logarítmica e variância robusta para aproximar a binomial. As variáveis que demonstraram ter maior influência no relato de aborto foram: "aceitar sempre esta prática" (IC95% 2,98 - 11,02), seguida de "não ter filho nascido vivo" (IC95% 1,35 - 19,78), ter de "dois a cinco nascidos vivos" (IC95% 1,42 - 14,40) e ter de "seis ou mais nascidos vivos" (IC 95% 1,35 - 19,78), "idade no momento da entrevista" (IC 95% 1,01 - 1,07) e "renda" < R$ 484,97 (IC 95% 1,04 - 2,96). É necessário campanha de grande abrangência sobre a prática do aborto, que consiga sensibilizar para esta causa todas as mulheres, sobretudo as de baixa renda, evitando assim mortes desnecessárias.

Aborto provocado; Aborto inseguro; Epidemiologia; Regressão de Poisson; Saúde reprodutiva; Pobreza


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