RESUMO:
Objetivo:
Testar o Modelo da Casa da Capacidade para o Trabalho, verificando a hierarquia das dimensões propostas para um grupo de trabalhadores do setor hospitalar.
Métodos:
Estudo de coorte (2009-2011) conduzido com 599 trabalhadores de um hospital na cidade de São Paulo. Foi usado um formulário com questões sobre dados sociodemográficos, estilo de vida e condições de trabalho, e as versões brasileiras da Escala Estresse no Trabalho, Desequilíbrio Esforço-Recompensa, Work-Related Activities That May Contribute To Job-Related Pain and/or Injury e Índice de Capacidade para o Trabalho (ICT). Foi realizada análise de regressão logística hierárquica: as variáveis independentes foram alocadas em níveis de acordo com as dimensões do modelo teórico para avaliar os fatores associados ao comprometimento da capacidade para o trabalho (CT).
Resultados:
As variáveis associadas ao comprometimento da CT em cada dimensão foram: (a) dimensão sociodemográfica: idade < 30 anos (p = 0,20), (b) dimensão saúde: história de acidente de trabalho (p = 0,029), (c) dimensão competência profissional: baixo nível educacional (p = 0,008), (d) dimensão valores: intensificação do excesso de comprometimento (< 0,001), e (e) dimensão trabalho: intensificação do desequilíbrio esforço-recompensa (p = 0,009) e das demandas elevadas (p = 0,040).
Conclusão:
Os resultados do estudo confirmaram as dimensões propostas para o Modelo da Casa da Capacidade para o Trabalho, indicando que ele é válido como representação de um construto multidimensional de determinação multicausal, podendo ser utilizado na gestão da CT.
Palavras-chave:
Avaliação da capacidade de trabalho; Saúde do trabalhador; Trabalhadores; Carga de trabalho; Ambiente de trabalho; Pessoal de saúde