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Fatores socioeconômicos aumentam os efeitos nocivos da poluição atmosférica e da temperatura na mortalidade

RESUMO:

Objetivo:

Verificar os efeitos do PM2,5 e da temperatura na mortalidade por doenças cardiovasculares segundo status socioeconômico e proximidade do tráfego.

Método:

Utilizaram-se séries temporais por meio da classe dos modelos aditivos generalizados com a opção de regressão de Poisson, a 5% de significância. Analisou-se interação entre a proximidade do tráfego e o status socioeconômico por meio de estratificação. Aproximidade do tráfego foi dividida em maior e menor que 150 m de distância. O status socioeconômico no entorno residencial foi categorizado em Alto e Baixo a partir da mediana (3,9%). Calculou-se o percentual de risco relativo (%RR) dos óbitos por doenças cardiovasculares para cada aumento linear de 10 µg/m3 nos níveis de PM2,5 e 1ºC na temperatura máxima.

Resultados:

A mortalidade por doenças cardiovasculares apresentou %RR 1,64 (IC95% -0,03; 3,33) relacionada à temperatura máxima e %RR 4,60 (IC95% 0,78; 8,56) relacionada ao PM2,5, em áreas com alta exposição ao tráfego. Em áreas com condições de vida precárias, observou-se %RR 1,34 (IC95% -0,31; 3,01) relacionada à temperatura máxima e %RR 3,95 (IC95% -0,27; 8,34) associada ao PM2,5.

Conclusão:

Áreas com condições de vida precárias e com alta exposição ao tráfego apresentaram maior risco de mortalidade por doenças cardiovasculares relacionados à temperatura e ao PM2,5.

Palavras-chave:
Séries temporais; Mudanças climáticas; Calor; Emissões de veículos; Material particulado

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