RESUMO
Introdução:
O método de amostragem Respondent-Driven Sampling (RDS) tem sido utilizado em inquéritos com populações-chave sob maior risco de infecção pelo HIV, como as mulheres trabalhadoras do sexo (MTS). Este artigo tem o objetivo de descrever a implementação do RDS entre MTS em 12 cidades brasileiras em 2016.
Metodologia:
Trata-se de um estudo de vigilância biológica e comportamental realizado em 12 cidades brasileiras, com amostra mínima de 350 MTS em cada cidade. Foram realizados testes para infecções por HIV, sífilis, hepatites B e C, e aplicou-se questionário sociocomportamental.
Resultados:
Participaram 4.328 MTS. Para a análise dos dados, foi elaborada uma ponderação amostral considerando o tamanho da rede de cada participante; recomenda-se que o desenho complexo de amostragem por RDS e o efeito de homofilia sejam considerados.
Discussão:
Apesar de o RDS ser fundamentado em pressupostos estatísticos para obtenção de uma amostra probabilística e possibilitar estimação de parâmetros estatísticos, ele vem sendo repensado a cada nova aplicação. Na análise dos dados na totalidade da amostra, os estimadores mostraram-se robustos e coerentes aos encontrados em 2009. Entretanto, constataram-se grandes variações por cidade.
Conclusão:
O tamanho amostral alcançado foi de grande relevância para avaliar avanços e identificar problemas a respeito da prevenção e assistência às infecções sexualmente transmissíveis. Ressalta-se a necessidade de pensar estudos RDS com maior tempo e recursos para implementação, o que poderia permitir um melhor desenvolvimento das redes.
Palavras-chave:
Respondent-Driven Sampling; Profissionais do sexo; HIV; Sífilis; Hepatite; Brasil