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Posturas e imposturas: o estilo de Lacan e sua utilização da matemática

Visa-se analisar as críticas dirigidas por A. Sokal e J. Bricmont, na obra Imposturas intelectuais, ao estilo de J. Lacan e à utilização que este faz das ciências matemáticas. Sustenta-se que o desconhecimento de conceitos psicanalíticos faz com que tais críticas não atinjam seu alvo. São discutidas questões de estilo, com base na posição de J. Lacan, avesso ao estilo pedagógico por razões intrínsecas à própria psicanálise. No que concerne às questões de conteúdo, defende-se a idéia de que os críticos apoiam-se em uma concepção de matemática que, além de não ser única, difere daquela adotada pelo psicanalista. Considera-se que houve, por parte dos críticos, negligência intelectual em relação ao programa de pesquisas de J. Lacan. Conclui-se que a popularidade da obra Imposturas intelectuais, no que diz respeito exclusivamente às críticas endereçadas a J. Lacan, não decorre da aplicação de critérios acadêmicos e intelectuais. Sugere-se, segundo uma hipótese lacaniana, que a fonte do sucesso de Sokal e J. Bricmont reside na satisfação com a zombaria.

estilo de Lacan; uso da matemática em Lacan; críticas de Sokal e Bricmont


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