Com base numa prática psicoterápica individual, de inspiração psicanalítica, conduzida junto a agressores sexuais presos em uma casa de detenção para homens, este estudo interpela, por um lado, os limites da inscrição de uma lógica terapêutica em um quadro repressivo, o da prisão, cujas modalidades encontram-se regidas por um enquadre legal - o da lei relativa à obrigação de tratamento - e, por outro, o paradoxo de uma terapia imposta, sustentada por uma lógica de normalização, de efeitos enganadores e à qual os agressores sexuais, sob o efeito de seu funcionamento dominado por processos de clivagem e de recusa, se submetem "de bom grado".
Agressores sexuais; clivagem; controle social; obrigação de tratamento; perversão sexual