A maternidade é freqüentemente situada na lógica fálica. Nossa proposta é nos interrogarmos sobre o que, da maternidade e da gestação, não se reduz ao falo. As figuras da maternidade em Clarice Lispector exibem o que há aí de incomensurável, de impossível a simbolizar e aparecem ligadas ao mundo orgânico, ou, ainda, a um gozo animal e excessivo, lembrando o que Lacan nomeia como gozo outro. A criança é, para a mulher, um modo de relação com o falo, e não dizemos o contrário, entretanto Clarice nos dá a ver que a criança torna também presente um real incomensurável.
Maternidade; lógica fálica; gozo feminino e real