Este artigo reflete sobre a importância de pensar a relação transferencial na clínica psicanalítica para além da interpretação. Para isso, utiliza-se a concepção de Winnicott como referencial teórico, sendo ressaltadas a noção de holding, a regressão à dependência e a questão do uso de objetos e sua influência sobre a técnica da interpretação. Winnicott revela que na clínica com alguns pacientes, em especial os autistas e psicóticos, o objetivo da análise, antes de fornecer interpretações, é proporcionar um ambiente suficientemente bom a partir do qual o sujeito pode retomar o processo de constituição de si mesmo e da externalidade do mundo.
transferência; interpretação; holding; Winnicott