Analisando circunstâncias e elementos clínicos paradigmáticos, constata-se que as trajetórias de jovens das comunidades populares no que se refere a problemas com a Lei por uso e tráfico de drogas são, na verdade, típicas, isto é: indicam, sob eventos meramente singulares, uma produção intensa e institucionalizada desses jovens enquanto "foras da lei". Omitir esta dimensão do problema pode tornar a pesquisa científica aliada de estruturas que produzem delinquência. No entanto, uma prática derivada da clínica psicanalítica e amparada por uma reflexão sobre a institucionalidade questiona como a relação que esses adolescentes constroem com sua própria palavra nas instâncias de tratamento pode deslocar esses mecanismos institucionais.
Psicanálise; adolescentes; abordagens psicossociais; intervenção clínica; instituição