Resumo:
Trabalhar com pacientes diagnosticados com a doença de Crohn e internados em cirurgia digestiva aguda nos leva a questionar os fundamentos psíquicos de uma falha das funções do Eu-pele, associados aos movimentos exibicionistas e uma complacência para com sua própria "monstruosidade". O fato de "mostrar" e "falar tudo" ao outro impõe-no um encontro com a inquietante estranheza. Após uma leitura psicanalítica de nossos encontros clínicos, nos deparamos com a constatação de que esta falta de distância está inscrita em um registro narcisista, no qual o sujeito despe-se para reconstituir-se no olhar reparador do outro.
Palavras-chave:
doença de Crohn; exibicionismo; monstruosidade; corpo-máquina; função de espelho.