RESUMO:
A partir da literatura psicanalítica, são discutidas as consequências da incidência do ideal médico-científico contemporâneo e da subjetividade dos pais para a constituição do sujeito-criança. Objetiva-se demonstrar que, na contramão do ideal médico-científico que trata a criança como objeto de intervenção, a psicanálise escuta essa criança - sua voz e seu discurso - como um sujeito que tem o que dizer sobre sua falta de atenção e hiperatividade. Conclui-se que, para se constituir como sujeito desejante, a criança deveria ser tomada como extimidade, como sujeito do próprio discurso e construtora de um saber peculiar acerca de seu sintoma.
Palavras-chave:
psicanálise; constituição do sujeito; transtorno da falta de atenção com hiperatividade; sintoma