RESUMO
Objetivo:
verificar as características da fala quanto a produção dos sons fricativos em indivíduos com deformidades dentofaciais (DDF), por meio da análise acústica, analisando possíveis interferências da variação das bases ósseas na articulação da fala.
Métodos:
participaram 15 indivíduos adultos, ambos os sexos, com idade entre 17 a 42 anos. Distribuídos em 3 grupos: GII (n=5) Classe II esquelética, GIII (n=5) Classe III esquelética e GC (n=5) sem (DDF). Todos tiveram suas vozes gravadas, com “palavras-chave” contendo os sons fricativos do português brasileiro (PB), e analisadas acusticamente, os parâmetros: duração, intensidade, e formantes F1, F2. Para a comparação entre os grupos foi utilizado o Teste de Mann-Whitney.
Resultados:
houve diferenças (p<0,05) ao comparar GII e GIII com GC. Para a variável duração GIII obteve valor maior no som fricativo /z/ (r=0,016; p<0,05). A variável intensidade foi maior para o GII em /z/ (r=0,028; p<0,05), e maior para o GIII em /f/ (r=0,028; p<0,05), /v/ (r=0,028; p<0,05) e /ʃ/ (r=0,036; p<0,05). Para a variável F1, GII obteve valor maior para a sílaba /za/ (r=0,047; p<0,05). Na variável F2 o GII obteve valor mais baixo na sílaba /ʒa/ (r=0,047; p<0,05).
Conclusão:
a desarmonia das bases ósseas maxilomandibulares resulta em interferência nas características acústicas da fala quanto aos sons fricativos.
Descritores:
Acústica da Fala; Anormalidades Maxilofaciais; Cirurgia Ortognática; Transtornos de Articulação; Fonoaudiologia