RESUMO
Objetivo:
realizar a tradução e adaptação transcultural da bateria ABaCo para a população portuguesa e verificar as suas propriedades psicométricas.
Métodos:
foi realizada a tradução e retroversão da ABaCo. Foram recrutados 40 participantes sem patologia. Foram utilizadas as duas Formas equivalentes (Forma A e B), constituídas por quatro escalas: linguística, extralinguística, paralinguística e de contexto. A prova foi também aplicada a 12 pessoas que se encontravam na fase crónica após traumatismo crânio-encefálico (TCE) grave ou moderado. Para análise estatística foram utilizados os seguintes testes: Mann-Whitney U test, teste t de Student para amostras independentes, a correlação de Pearson (o valor é considerado significante se p ≤ 0.05) e o alpha de Cronbach (o valor é considerado minimamente aceitável se for superior a 0.65).
Resultados:
os TCE apresentaram resultados mais baixos, comparativamente a população sem patologia neurológica. A prova mostrou ser discriminativa para a população com TCE, embora em algumas escalas tal fato não aconteça, devido ao ceiling effect. Verificou-se não haver diferenças entre as duas Formas. Os resultados mostraram, ainda, a existência de correlação da escolaridade e da idade com algumas das componentes da ABaCo, tal como se verificou na versão original. Não foram verificadas diferenças nas respostas condicionadas pelo gênero. A bateria mostrou ter boas qualidades métricas, com um alpha de Cronbach de 0.90 (Forma A) e de 0.71 (Forma B) para a amostra total.
Conclusão:
a ABaCo mostrou ser um instrumento adequado para avaliação da comunicação na população adulta portuguesa. Apesar das limitações, é esperado que esta prova seja útil na avaliação da comunicação em indivíduos acometidos por TCE.
Descritores:
Comunicação; Avaliação; Traumatismo Crânio-encefálico