OBJETIVO: O objetivo do estudo foi examinar o papel do gênero no endosso dos sintomas incluídos tanto na Classificação Internacional de Doenças-10ª Edição quanto no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais-4ª Edição. MÉTODO: Seiscentos pacientes tratados por problemas ligados ao álcool em serviços ambulatórios de saúde no México foram avaliados com o Módulo sobre Abuso de Substâncias da Composite International Diagnostic Interview. RESULTADOS: A análise fatorial confirmatória com a Classificação Internacional de Doenças-10ª Edição e o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais-4ª Edição produziu dois fatores, que incluíram uma combinação de abuso/uso nocivo de álcool e sintomas de dependência, que explicaram 40% e 49,2% da variância total, respectivamente. No grupo de pacientes abuso/uso nocivo, os sintomas e as consequências sociais diferiram entre os gêneros: síndrome de abstinência, falta de controle e problemas jurídicos foram mais frequentes nos homens, enquanto as mulheres apresentaram maiores taxas de tentativas de abandonar o álcool e dificuldades para realizar atividades diárias. Fatores específicos de gênero diferenciaram abuso/uso nocivo da dependência, como a perda de controle e o tempo gasto para beber, no caso dos homens, e do desejo de beber entre as mulheres, de acordo com os critérios de dependência do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais-4ª Edição, e presença de sintomas físicos em homens, problemas sociais/família, e desejo e esforço fútil de parar de beber em mulheres, segundo o critério de dependência da Classificação Internacional de Doenças-10ª Edição. CONCLUSÃO: Futuros sistemas de classificação da toxicomania devem levar em conta as diferenças entre os sexos, a fim de ajudar a suprimir a lacuna de tratamento para as mulheres.
Identidade de gênero; Alcoolismo; Sinais e sintomas; Transtornos relacionados ao uso de substâncias; Classificação Internacional de Doenças