O objetivo deste trabalho é o de estudar as subpopulações dos reticulócitos e a fração de reticulócitos imaturos (IFR) enquanto indicadores de atividade eritropoética em pacientes com anemia por deficiência de ferro e determinar o seu grau de correlação com os marcadores tradicionais de deficiência de ferro. Estudamos um total de 96 indivíduos, com idades compreendidas entre os 20 e os 86 anos, divididos em dois grupos: indivíduos controle (n=30) e indivíduos com anemia por deficiência de ferro (n=66). A todos eles foi efetuado hemograma completo, incluindo contagem de reticulócitos e os seus índices de maturação, ferro, transferrina, ferritina e capacidade total de fixação do ferro. Os indivíduos com anemia por deficiência de ferro mostraram um aumento da proporção de IFR quando comparados com o grupo controle (15.02 ± 9.70% vs 6.43 ± 3.98%, p<0.01, respectivamente). Em relação às subpopulações dos reticulócitos, no grupo de pacientes encontramos um aumento na proporção de reticulócitos com valores médios de fluorescência (12.69 ± 6.69% vs 5.88 ± 3.59%, p<0.01) e na proporção de reticulócitos com alta fluorescência (1.45 [0.38-3.10] vs 0.40 [0.00-0.90], p<0.05) e diminuição na proporção de reticulócitos com baixa fluorescência (84.83 ± 9.65% vs 93.57 ± 3.98%, p<0.01). Foi encontrada correlação, positiva ou negativa, entre os parâmetros de maturação dos reticulócitos entre si, e destes com o RDW (red cell distribution width). Não foi encontrada correlação com os outros indicadores laboratoriais de deficiência de ferro. Em conclusão, a anemia por deficiência de ferro está associada com aumento da proporção de IFR, refletindo aumento da atividade eritropoética destes pacientes.
Subpopulações de reticulócitos; fração de reticulócitos imaturos; atividade eritropoética; anemia; deficiência de ferro