Acessibilidade / Reportar erro

Tratamento do linfoma de Hodgkin após falha do transplante autólogo

Treatment of Hodgkin's lymphoma after failure of autologous stem cell transplant

O linfoma de Hodgkin (LH) é uma neoplasia do tecido linfóide de excelente prognóstico, porém, aproximadamente 15% dos pacientes em estádios precoces e 35% dos em estádios avançados progridem após o tratamento inicial. O transplante autólogo de medula óssea ou de células-tronco periféricas (ATMO) é o tratamento de escolha nesses casos. Nosso estudo tem como objetivo avaliar o tipo de tratamento utilizado, a taxa de resposta e a sobrevida de pacientes recidivados ou refratários ao ATMO. De 38 pacientes com LH submetidos a ATMO entre abril de 1996 e novembro de 2005, foram avaliados 17 que apresentaram recidiva/refratariedade ao ATMO. Nesses casos, o tratamento de resgate foi individualizado, a depender das condições clínicas de cada um, sendo constituído usualmente de drogas citotóxicas não utilizadas previamente. Após o ATMO, dez (59%) dos 17 pacientes obtiveram remissão completa, um (6%) remissão parcial e seis (35%) foram refratários. Em 14 dos 17 pacientes foi instituída quimioterapia de resgate com diversos esquemas no momento da recidiva/refratariedade após ATMO; um paciente foi tratado com radioterapia exclusiva e dois foram a óbito antes de qualquer terapia. Observamos uma taxa de resposta global de 57,4% (IC95%: 23,2 - 90,7%). A mediana da sobrevida livre de progressão foi de 19 meses e a mediana de sobrevida global foi de 32 meses. Apesar do LH recidivado/refratário ao ATMO não ser curável com os quimioterápicos atualmente disponíveis, os pacientes apresentaram longa sobrevida, com freqüentes exacerbações da doença.

Linfoma de Hodgkin; transplante de medula óssea; doença recidivada; doença refratária


Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia e Terapia Celular R. Dr. Diogo de Faria, 775 cj 114, 04037-002 São Paulo/SP/Brasil, Tel. (55 11) 2369-7767/2338-6764 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: secretaria@rbhh.org