Tomando Céline como o mais importante romancista francês do século XX ao lado de Proust, o ensaio enfoca a questão de sua fortuna crítica. Trata-se de um percurso em que entram diferentes atores em permanente tensão. De um lado, Sartre e uma linha filo-sartriana que se faz representar pela corrente crítica da "catástrofe e representação", cujo lema é o dever-lembrar o holocausto, o que, por si só, expulsa Céline para fora dos muros da cidade dos justos. De outro, as novas críticas que, na contramão da escola da revista Les Temps Modernes, atuando desde uma outra publicação célébre, a Tel Quel, reabilitam corajosamente o autor dos Panfletos. São reflexões que convocam, necessariamente, Platão e o Livro III de A República.
Céline; Nouvelle Critique; Nouvelle Vague; Platão