A interpretação de alguns contos de Veronica Stigger, a partir de componentes obsessivas e destemperadas, na constituição dos personagens e das tramas simples e minimalistas, conduz a presente reflexão a constatar, no estilo da autora, uma tentativa de conciliação entre uma estética de influência expressionista e o modo melodramático. Em seus códigos enfáticos e na compartilhada tendência à forma paradoxal do "extático paroxismo", em que maneiras de expressão excessiva desembocam no silêncio e no inexprimível, a crítica aos limites do realismo convencional, inerente ao absurdo neoexpressionista da dicção, convive com a poética do melodrama e dela se reapropria.
melodrama; expressionismo; absurdo