O ensaio parte dos murais de Diego Rivera realizados nos anos 1930 nos Estados Unidos para desentranhar neles uma alegoria das relações Norte e Sul, América do Norte e América Latina. A viagem do muralista mexicano aos Estados Unidos alegoriza essa relação em que se formulam estratégias de combinação entre técnica e natureza, máquina e corpo, nestes murais que representam a linha de produção fordista e a racionalização do tempo do trabalho físico. A viagem de Rivera alegoriza ainda a constituição do "latino-americanismo", como campo universitário em que se inserem as representações culturalizadas da América Latina nos Estados Unidos. A partir dessa matriz o ensaio se detém sobre as políticas da língua hispânica que se inscreve como língua diaspórica nos Estados Unidos, segundo o paradigma da tradução, e encarnando-se em maneiras possíveis de convocação do corpo como corpo da língua nos poemas de Rosário Castellanos e no clássico de Pablo Neruda, "Alturas de Macchu Picchu".
Diego Rivera; linha de montagem; pós-trabalho; políticas da língua