Resumo:
Rubem Fonseca é reconhecido, desde o lançamento de sua primeira publicação, pela representação da violência associada ao uso de uma linguagem sofisticada. Tal característica leva Alfredo Bosi a inseri-lo na corrente literária “brutalista”. Este artigo pretende verificar como é representada a brutalidade derivada dos desníveis sociais na sociedade brasileira em A grande arte, de 1983, segundo romance policial do autor. O escritor utiliza-se de aprimoradas técnicas narrativas para representar de maneira detalhada situações de violência explícita que envolvem o protagonista-narrador e outras personagens como o matador de aluguel. Com apoio em estudos sobre o romance policial, a narrativa brasileira e alguns problemas de técnica da narrativa, expomos a imbricação entre representação da violência, a crítica à desigualdade social e a composição própria do romance policial, construídas por um discurso requintado.
Palavras-chave
Rubem Fonseca; romance policial; violência