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O elogio de si e a desmedida antropologização das ciências humanas

Self-praise and the inordinate anthropologization of human sciences

Este trabalho faz a crítica filosófica a um certo modo de antropologização nas ciências humanas. O humano não é um dado natural de determinação biológica no campo das ciências. Diferente disso, o específico do conhecimento no campo das humanidades é o resultado de um processo de antropologização que fez do homem sujeito com consciência epistemológica. Por isso, o homem, figura de proa da modernidade, é esse duplo empírico-transcendental que, dobrado sobre si mesmo, produz um regime próprio de saber. Conhecimento de si, portanto, passou a ser a grande matriz dos saberes das humanidades na proporção equivalente em que a metafísica se transfigurou em metafísica da subjetividade e a linguagem ganhou prestígio ontológico. Ao lado disso, ergueu-se boa parte dos projetos de crítica à ciência clássica, dando lugar de destaque à linguagem como fabricante de realidade. Chegou-se a falar de um giro linguístico, argumento primeiro de crítica às metanarrativas e apologia dos regimes fragmentários e relativistas de verdade. Ainda assim, assumir que a verdade é um efeito discursivo e que a realidade por si mesma é resultado de uma produção não é o bastante. Importa também colocar em exame este regime que fez da linguagem a expressão do conhecimento e da consciência do mundo. O homem tornou-se a medida do conhecimento.

Ciências humanas; Subjetividade; Antropologia; Linguagem; Comunicação


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