A proposta deste trabalho é pensar uma leitura da adaptação, a partir da crônica A mulher que fuma, de Mario Prata. Entendemos que esse gesto de leitura e produção possa ser pensado discursivamente, em sua heterogeneidade, a partir das noções de tradução e de transferência de sentidos. Distanciando-nos da noção de fidelidade, pensaremos a adaptação como processo e analisaremos aspectos relativos à subjetividade e à autoria, tendo o texto de imagem como discurso que particulariza essa transferência de sentidos, como uma nova materialidade significante que passa a ser lida e interpretada por um outro leitor, o que lê imagens em movimento, o teleleitor. A análise discursiva nos permite compreender as mudanças dos sentidos entre uma obra e outra, marcando a importância das condições de produção e veiculação para a interpretação das produções culturais e poetológicas pelos sujeitos.
Adaptação; Crônica; Tradução; Subjetividade; Autoria