Resumo
Este artigo focaliza a análise de cartazes de manifestação que tematizam um evento discursivo-político específico, a saber, a ocupação de escolas públicas de São Paulo (Brasil) por estudantes secundaristas, ocorrida em 2015. Observa o modo como esses enunciados, com tonalidade de protesto e resistência, produzem sentidos e constroem novas narrativas sobre ser estudante secundarista na escola pública brasileira de hoje. A análise ancora-se teórica e metodologicamente nos estudos do Círculo de Bakhtin, sobretudo em conceitos como discurso, enunciado, cronotopo e horizonte apreciativo. Os resultados mostram que, nesse evento particular, os enunciados de estudantes secundaristas marcam valorativamente, pelo tom de resistência e empoderamento, vozes do presente que postulam um futuro não absoluto e demarcado. Pelo vivenciamento de uma prática social não indiferente, se abrem para a produção de uma narrativa outra, despontando, por formas de comunicação ideológica, outro horizonte social, outra realidade de esfera coletiva.
Palavras-chave:
Discurso; Mídia; Escola Pública; Manifestação; Resistência