OBJETIVOS: avaliar as características qualitativas da relação interpessoal entre os profissionais de saúde e a mulher com abortamento incompleto durante o atendimento hospitalar. MÉTODOS: estudo de caso exploratório, que se apóia na análise qualitativa de dados de mulheres de 15 a 30 anos, com diagnóstico de abortamento incompleto, utilizando-se observação e entrevista, durante o período de fevereiro a abril de 2000, em uma maternidade do Rio Grande do Norte, Brasil. RESULTADOS: a relação interpessoal entre cliente e profissional foi eminentemente técnica, desconsiderando-se os demais aspectos que integram o ser feminino. Além da necessidade de privacidade e respeito diante de um problema que muitas vezes não é compreendido, os profissionais de saúde, ao prestarem assistência, expuseram seus próprios preconceitos e julgamentos negativos acerca da mulher sob seus cuidados. CONCLUSÕES: a prática do profissional de saúde demonstra a necessidade de assumir-se um posicionamento em que, além dos aspectos biológicos, sejam levados em conta os elementos de ordem psicossocial, compatíveis com a almejada humanização da assistência à mulher.
Aborto incompleto; Prática profissional; Relações profissional-paciente; Saúde da mulher