OBJETIVOS: estudar a efetividade do pré-natal e da puericultura em uma amostra de 4078 mães e crianças residentes na área de Unidades Básicas de Saúde (UBS), estratificada segundo a região (Sul e Nordeste) e o modelo de atenção (PSF e Tradicionais), em 41 municípios com mais de 100.000 habitantes. MÉTODOS: o delineamento foi transversal de base populacional e de serviços de saúde, com grupos de comparação e medidas de múltiplos níveis de agregação. RESULTADOS: no Nordeste, a oferta de pré-natal foi universal nos dois modelos e, no Sul, foi significativamente menor em UBS Tradicionais. A puericultura foi mais ofertada nas UBS do PSF, independente da região. Em ambas as regiões, o PSF desenvolveu mais atividades de grupo. O protocolo de pré-natal foi adotado por dois terços ou mais das equipes e o de puericultura, por cerca de 60%, sendo a utilização menor nas UBS Tradicionais. Os profissionais do Sul referiram maior participação em capacitações e, em ambas as regiões, as prevalências foram significativamente maiores no PSF. A cobertura dos referidos programas pela UBS alcançou 40% das mulheres e menos de 50% das crianças da área. As diferenças favoráveis ao PSF em relação à Puericultura foram significativas apenas no Nordeste. Tomando-se como marcador o número mínimo de contatos sugeridos em programas oficiais, a cobertura de quatro ou mais consultas no pré-natal alcançou 31% mulheres e a de nove ou mais consultas de puericultura abrangeu cerca de 20% das crianças. CONCLUSÕES: observou-se uma perda progressiva de efetividade, desde a organização da oferta de ações individuais e coletivas, passando pela capacitação dos profissionais e uso de protocolos, até as coberturas populacionais dos programas.
Serviços de saúde; Efetividade; Atenção primária à saúde; Cuidado Pré-natal; Puericultura