Resumo
Objetivos:
avaliar a associação entre o fumo na gestação e a ocorrência de excesso de peso e déficit de crescimento no primeiro semestre de vida.
Métodos:
estudo de coorte com amostra de 460 crianças no baseline. As crianças foram avaliadas em quatro momentos, sendo aferidos em todas as avaliações peso e comprimento para serem convertidos nos índices comprimento por idade (C/I) e Índice de massa corporal por idade (IMC/I) em escore-z. O tempo até a ocorrência de déficit de crescimento e excesso de peso foi calculado em dias e comparado ao fumo materno durante a gestação. Para avaliar a associação entre tabagismo na gestação eos desfechos, foi calculado o Hazard Ratio por meio da regressão de Cox, ajustando-se por variáveis de confusão selecionadas a partir de gráficos acíclicos direcionados.
Resultados:
o tempo até a ocorrência de déficit de crescimento e excesso de peso foi menor em crianças cujas mães fumaram durante a gestação. O tabagismo na gestação foi um fator de risco para o déficit de comprimento (HR=2,84; IC95%=1,42-5,70) e para o excesso de peso (HR=1,96; IC95%=1,09-3,53), mesmo após o ajuste.
Conclusão:
o tabagismo materno foi um fator modificável associado com desfechos antropométricos independente de fatores de confusão, demonstrando a necessidade de ações de combate ao tabagismo na gestação, afim de prevenir precocemente desvios nutricionais.
Palavras-chave
Tabagismo; Gestação; Infância; Sobrepeso; Crescimento