Resumo
Objetivos:
avaliar a influência das dificuldades iniciais para amamentar sobre a duração do aleitamento materno exclusivo.
Métodos:
estudo prospectivo com acompanhamento de binômios mães-lactentes desde o nascimento até os 180 dias após o parto. A seleção do grupo estudado foi realizada de forma aleatória entre usuárias do Sistema Único de Saúde brasileiro, em três hospitais. A ficha de avaliação da mamada foi utilizada para coleta de dados iniciais que incluiu também dados sociodemográficos, da assistência pré-natal, da assistência ao parto, ao puerpério e ao recém-nascido. As informações após alta hospitalar foram obtidas por telefone. Utilizou-se modelo de regressão múltipla para a análise estatística.
Resultados:
foram acompanhados 175 binômios. A presença de problemas com as mamas na maternidade (p=0,030; OR=2,38; IC95%=1,02-5,48), o trabalho materno fora de casa (p=0,027; OR=2,12; IC95%=1,03-4,31) e o baixo nível de escolaridade materno (p=0,017; OR=2,13; IC95%=1,10-4,06) mostraram-se como fatores associados à interrupção precoce do aleitamento materno exclusivo antes dos seis meses. A renda familiar menor que um salário mínimo se mostrou como fator de proteção (p=0,048; OR=0,42; IC95%=0,17-0,97).
Conclusões:
aspectos socioeconômicos e dificuldades para amamentar relacionadas a problemas com a mama puerperal mostraram-se como fatores que restringem a duração da amamentação exclusiva.
Palavras-chave:
Aleitamento materno; Transtornos da lactação; Fatores de risco